Translate

terça-feira, 8 de julho de 2014

LISBOA DOS PREGÕES


 

                      O APREGOAR DA CIDADE
 
                                 Palavras ditas em 1975
 
                   Na Lisboa de outro tempo
 Ecoavam os pregões
 Eram sons com sentimento
Que eram como poemas
Transmitidos em canções.
Vendedeiras, vendedores
Calcorreando a Cidade,
Lembrados em tantos Fados.
Que recordo com saudade.
O cauteleiro, a varina,
Leiteira, padeiro à porta,
A vendedeira dos figos,
da “rica amora da horta”,
A mulher da fava-rica,
O “petrolino” cantor
E o toque do amolador.
No beco, na rua ou na praça
Iam deixando os seus cantos
De Alfama até à Graça.
Era o homem das castanhas
Que perfumava a cidade
No Outono, ao fim da tarde.
E um POVO que sonhava
Apregoar LIBERDADE.
A LIBERDADE que um dia
O mês de Abril viu chegar
Aquela que o POVO queria
E que tanto o fez sonhar
E que em MAIO no primeiro dia
O trouxe à rua a CANTAR. 
 
ARFER