2018 -ABRIL EM PORTUGAL
LEMBRAR É
FUNDAMENTAL
16070 dias DEPOIS – LIBERDADE ?!
Parece que foi
“ontem” que aquela madrugada aconteceu e nos deu a conhecer o sabor da
palavra LIBERDADE, particularmente, aos que nas prisões de Caxias, Aljube ou
Peniche, na clandestinidade, nos campos, nas fábricas, nas escolas, nas
coletividades, cooperativas e sindicatos sempre resistiram, enfrentando a
intimidação e a repressão de um regime fascista, responsável por 13 anos de
guerra colonial, pela emigração clandestina de centenas de milhar de
portugueses e por uma taxa de analfabetismo não comparável à de qualquer outro
país europeu.
A esperança que
crescia com a Liberdade marcou o início de uma viragem histórica que, hoje,
mais do que uma recordação, é uma luta que persiste, um caminho que, ainda,
falta cumprir. Muito do que foi jurado em 2 de Abril de 1976, com a aprovação
da Constituição da República Portuguesa, não se cumpriu.
A esta distância
não deixa de ser curioso e significativo pensar que no dia 26 de Abril de 1974
todo, ou quase todo o Portugal, era democrata e revolucionário, o que
significaria, à priori, que o fascismo, o colonialismo, analfabetismo e a
repressão, só faria parte do imaginário de alguns. Esta será a primeira das
lições a tirar de como não cumprir a Constituição, por todos votada (com o não
do CDS de Freitas do Amaral, delfim de Marcelo Caetano, padrinho de um devoto
democrata, da actualidade.
Se antes a ANP
ou União Nacional representava o poder constitucional e legislativo, até 5 de
Outubro de 2015 eram os partidos do “arco da governação” detentores desse
poder, que, ainda, falam em “EXAME PRÉVIO” a ações a praticar pelos órgãos de
informação, como prenúncio da entrada ao serviço da COMISSÃO DE CENSURA
extinta, exactamente, há 44 anos.
Ainda assim, a
segunda lição reflete-se na forma como nos acomodámos a uma democracia
representativa e nos esquecemos de estar atentos e lutar, no uso do direito que
a Lei Fundamental nos confere, em cada momento crucial para o cumprimento dos
Direitos e as Liberdades garantes de uma vida melhor e mais justa para todos.
Com os
desgovernos dos que, hoje, representam os mandantes do regresso ao passado,
aguardamos que seja dado fim às filas de cidadãos que, ainda em 2015, estavam à
espera de uma sopa. Ainda que a
recuperação económica havida e os níveis de empregabilidade tenham melhorado
substancialmente, há que continuar esta “caminhada” pensando no “TODO” não
deixando de SER. Não nos esqueçamos neste HOJE os tempos dos “homens que nunca
foram meninos”, em que a censura, a guerra, o medo, o analfabetismo (40%) e o
delito de opinião era severamente punido.
Ainda assim
(repito), a ténue esperança que o actual
governo do meu país me trouxe, faz com que acredite, que valeu a pena, que vale
a pena continuar a "lutar".
O nosso
quotidiano é gerido por uma informação, por vezes, distorcida e eivada de
inverdades ( deturpação ou omissão da verdade), onde há dita sem contradita e a
presença de políticos e comentadores, hábeis na utilização do tal “Manto diáfano”,
que esconde a verdade, e é predominantemente usado, porque o mais importante,
para eles, é que todos tenhamos a certeza de que a realidade por que passamos,
embora injusta é necessária, ou seja temos que aceitar ser, mais uma vez
explorados, convictos de que não há outras alternativas.
A observação
atenta é fundamental (que a memória não seja curta). Com toda a desinformação,
restrições dos "ditos Mercados" e ditames de "Bruxelas". O
voto será mesmo um exercício de liberdade, neste contexto de manipulação dos
portugueses?
O VOTO como
prenda de ABRIL (que foi) corresponde a um direito que anteriormente não
tínhamos, significando, deste modo uma conquista da Liberdade, mas não é a arma
do Povo, como nos tentam fazer crer, e só poderá ser uma arma do Povo, quando a
cidadania for um acto real de participação quotidiana na vida colectiva, quando
soubermos compreender o mundo em que vivemos e formos capazes de construir um
futuro melhor para todos. Nesta cruzada o conhecimento, a memória e o amor são
de facto armas eficazes.
Mas lembro os que desgovernando, içando até a BANDEIRA NACIONAL de pantanas, nas
quatro décadas pós - ABRIL, contam com o apoio do poder financeiro (a Voz do
Dono) que, por sua vez, tem sido duplamente recompensado, à custa dos
contribuintes e das carências sociais . Poder financeiro que descapitalizou o
país (em benefício de alguns) lesando gravemente a grande maioria dos portugueses. Governaram
como se de um jogo de Xadrez se trate, basta que mudem umas pedras no tabuleiro
do poder. Manter o Rei, a Rainha e os Bispos, porque as Torres da resistência
estão e são limitadas nas ações que o jogo de interesses impõe e, quanto aos
Peões, eles jogam no pressuposto da memória curta, dos MEDOS que lhe são
incutidos e os levam à sujeição da Lei da Oferta e da Procura, em que os peões
são vistos como números e tratados como mercadoria negociável e
descartável.
Se muito
protestarem, sacodem-se umas migalhas da toalha da abastança do Poder, com
pequenas cedências aqui e ali, a receita é conhecida. A política de benesses e
comendas, da cunha institucionalizada, do compadrio e silêncios cúmplices,
produtora de ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres, que
tornam este canteiro à beira mar plantado, ainda sujeito à ingerência externa.
Apesar dos “progressos” havidos somos ainda o país, de uma UE que se diz
solidária, onde o ordenado mínimo vale 40% do praticado nos países do centro da
Europa e as desigualdades sociais são mais evidentes
44 Anos depois onde está a Liberdade? Está, pelo menos, na possibilidade
de fazer o que neste momento faço, escrever dizendo o que penso, e
"abraçar" causas sem o receio de enfrentar um plenário.
O conhecimento
e o empenho colectivo são as armas mais eficazes para combater o obscurantismo
e as ditaduras camufladas que levam às desigualdades sociais, tenham o nome que
tiverem.
Recordar e
Viver o ABRIL que floresceu em MAIO, é ter esperança num futuro mais justo,
mais fraterno e mais igual. É CONTINUAR A LUTAR PELA LIBERDADE.
Mas tomai
ATENÇÃO, o meu amigo FERNANDO lembrou-se
de me lembrar (e muito bem) da existência da "MÁQUINA DO FUTURO", a
dita "geringonça"(Que derrubou o arco da governação), de que os Ex,
ora na oposição parlamentar, tanto falam.
ARFER
A MÁQUINA DO FUTURO
Os Donos
disto Tudo
(os verdadeiros, que nem sequer conheces)
tinham inventado,
(os verdadeiros, que nem sequer conheces)
tinham inventado,
construído
e exportado
em
direcção ao sul,
uma
máquina sofisticada
muito bem
oleada,
embalada
a primor com laços e uma flor
mas que
desembrulhada
e posta
em movimento
mais
parecia um cilindro
ou
rolo-compressor.Mas os seus mandatários
fizeram
uma festa e um grande foguetório
a dizer
que era este o transporte ideal
para um
povo simplório.
E o
cilindro lá foi comprimindo
A vida e
os sonhos dos povos do sul.
Onde o
sol brilha mais e o mar é azul.
Eis que
de repente
esta
nossa gente de tão comprimidaachou que era tempo de mudar de vida.
Parou o cilindro, despediu capatazes
pôs-se a construir o melhor transporte
que formos capazes.
pode não estar pronto, que o futuro demora,
Mas é mais bonito por dentro e por fora.
Para o amesquinhar,” amigos da onça”
Dizem que o seu nome é a “geringonça”.
Mas há tanta gente que precisa dela
Que a sonha ver pronta p’ra seguir com ela.
Não sendo perfeita, vai-se melhorando
porque este projecto, sendo original,
é feito por nós, é artesanal,
pois é com trabalho que a coisa se faz
e tem um cartaz: “MADE IN PORTUGAL!”
A questão maior que faz afligir os senhores do Norte
é o medo enorme de que a gente a exporte.
Para eles, pode ser muito duro
mas a “geringonça” tem mesmo futuro!
FERNANDO
TAVARES MARQUES
a)
E TOMAI ATENÇÃO, AOS "LEAKS" e às
"PRIMAVERAS"
prometidas.
Apesar de algumas diatribes e supostas nuances,
que com o aproximar das eleições, continuo esperançado e acrescento:“PENSO EU, MAIS AGRADADO
Que a GERIGONÇA PARIU
UM PORTUGAL ESPERANÇADO.”
ARFER - BEM HAJA!
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