VIVA o 25 de ABRIL!!!
2020 -ABRIL EM PORTUGAL
LEMBRAR É FUNDAMENTAL
16799 dias DEPOIS –
LIBERDADE ???
Parece que foi “ontem” que aquela
madrugada aconteceu e nos deu a conhecer
o sabor da palavra LIBERDADE, particularmente, aos que nas prisões de Caxias,
Aljube ou Peniche, na clandestinidade, nos campos, nas fábricas, nas escolas,
nas coletividades, cooperativas e sindicatos sempre resistiram, enfrentando a
intimidação e a repressão de um regime fascista, responsável por 13 anos de
guerra colonial, pela emigração clandestina de centenas de milhar de
portugueses e por uma taxa de analfabetismo não comparável à de qualquer outro
país europeu.
A esperança que crescia
com a Liberdade marcou o início de uma viragem histórica que, hoje, mais do que
uma recordação, é uma luta que persiste, um caminho que, ainda, falta cumprir.
Muito do que foi jurado em 2 de Abril de 1976, com a aprovação da Constituição
da República Portuguesa, não se cumpriu.
A esta distância não
deixa de ser curioso e significativo pensar que no dia 26 de Abril de 1974
todo, ou quase todo o Portugal, era democrata e revolucionário, o que
significaria, à priori, que o fascismo, o colonialismo, analfabetismo e a
repressão, só faria parte do imaginário de alguns. Esta será a primeira das
lições a tirar de como não cumprir a Constituição, por todos votada (com o não
do CDS de Freitas do Amaral, delfim de Marcelo Caetano, padrinho de um devoto
democrata, da actualidade.
Se antes a ANP ou União
Nacional representava o poder constitucional e legislativo, até 5 de Outubro de
2015 eram os partidos do “arco da governação” detentores desse poder, que,
ainda, falam em “EXAME PRÉVIO” a ações a praticar pelos órgãos de informação,
como prenúncio da entrada ao serviço da COMISSÃO DE CENSURA extinta,
exactamente, há 46 anos.
Com a nomeação do executivo, produto das eleições Outubro de
2015 ainda que contra a vontade e os desígnios do anterior presidente da
República, respirou-se o aroma (ainda que ténue) da esperança de um futuro com
futuro.
Ainda assim, a segunda
lição reflete-se na forma como nos acomodámos a uma democracia representativa e
nos esquecemos de estar atentos e lutar, no uso do direito que a Lei
Fundamental nos confere, em cada momento crucial para o cumprimento dos
Direitos e as Liberdades garantes de uma vida melhor e mais justa para todos.
Ainda que a recuperação
económica havida e os níveis de empregabilidade tenham melhorado
substancialmente, há que continuar esta “caminhada” pensando no “TODO” não
deixando de SER. Não nos esqueçamos neste HOJE os tempos dos “homens que nunca
foram meninos”, em que a censura, a guerra, o medo, o analfabetismo (40%) e o
delito de opinião era severamente punido.
A CRISE PANDÉMICA que nos assola, e o que virá a seguir, só atentos, vigilantes e
unidos conseguiremos vencer. UNIDOS VENCEREMOS!! Vale a pena continuar a lutar. Assim
honraremos“ABRIL”.
O nosso quotidiano é gerido por uma
informação, por vezes, distorcida e eivada de inverdades ( deturpação ou
omissão da verdade), onde há dita sem contradita e a presença de políticos e
comentadores, hábeis na utilização do tal “Manto diáfano”, que esconde a
verdade, e é predominantemente usado, porque o mais importante, para eles, é
que todos tenhamos a certeza de que a realidade por que passamos, embora
injusta é necessária, ou seja temos que aceitar ser, mais uma vez explorados,
convictos de que não há outras alternativas.
A observação atenta é
fundamental (que a memória não seja curta). Com toda a desinformação,
restrições dos "ditos Mercados" e ditames de "Bruxelas". O
voto será mesmo um exercício de liberdade, neste contexto de manipulação dos
portugueses? POR ISSO, VALE A PENA
CONTINUAR A LUTAR POR CAUSAS DO INTERESSE COMUM E EM DEFESA DO PRINCÍPIO DE DIREITOS e DEVERES IGUAIS PARA TODOS!!!!
O VOTO como prenda de
ABRIL (que foi) corresponde a um direito que anteriormente não tínhamos,
significando, deste modo uma conquista, mas a Liberdade, não é a arma do Povo,
como nos tentam fazer crer, e só poderá ser uma arma do Povo, quando a
cidadania for um acto real de participação quotidiana na vida colectiva, quando
soubermos compreender o mundo em que vivemos e formos capazes de construir um
futuro melhor para todos. Nesta cruzada o conhecimento, a memória e o amor são
de facto armas eficazes.
Mas lembramos
os que desgovernando, içando até a BANDEIRA NACIONAL de pantanas, nas quatro
décadas pós - ABRIL, contando com o apoio do poder financeiro (a Voz do Dono)
que, por sua vez, tem sido duplamente recompensado, à custa dos contribuintes e
das carências sociais . Poder financeiro que descapitalizou o país (em
benefício de alguns) lesando gravemente a grande maioria dos
portugueses. Governaram como se de um jogo de Xadrez se tratasse. O
ideário dos “saudosistas”, assenta na troca, alternada. de umas pedras no
tabuleiro do poder. Manter o Rei, a Rainha e os Bispos, porque as Torres da
resistência estão e são limitadas nas ações que o jogo de interesses impõe e,
quanto aos Peões, eles jogam no pressuposto da memória curta, dos MEDOS que lhe
são incutidos e os levam à sujeição da Lei da Oferta e da Procura, em que são
vistos como números e tratados como mercadoria negociável e descartável.
Se muito protestarem,
sacodem-se umas migalhas da toalha da abastança do Poder, com pequenas
cedências aqui e ali, a receita é conhecida. A política de benesses e comendas,
da cunha institucionalizada, do compadrio e silêncios cúmplices, produtora de
ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres, que tornam este
canteiro à beira mar plantado, ainda sujeito à ingerência externa. Apesar dos
“progressos” havidos somos ainda o país, de uma UE que se diz solidária, onde o
nosso ordenado mínimo vale 40% do praticado nos países do centro da Europa e as
desigualdades sociais são mais evidentes
46 Anos depois onde está
a Liberdade? Está, pelo menos, na possibilidade de fazer o que neste momento
faço, escrever dizendo o que penso, e "abraçar" causas sem o receio
de enfrentar um plenário e receber como
benesse uma estadia em Caxias ou Peniche.
O conhecimento e o
empenho colectivo são as armas mais eficazes para combater o obscurantismo e as
ditaduras camufladas que levam às desigualdades sociais, tenham o nome que
tiverem.
Recordar e Viver o ABRIL
que floresceu em MAIO, é ter esperança num futuro mais justo, mais fraterno e
mais igual. É CONTINUAR A LUTAR PELA LIBERDADE.
ARFER
VIVA A LIBERDADE !!! VIVA PORTUGAL!!!!
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