E ASSIM FOI O DIA 5 DE OUTUBRO DE 1910
A
REVOLUÇÃO REPUBLICANA
A Revolução Republicana foi há 108 anos. No verão do ano de 1910 os boatos já corriam
a cidade, era um aviso de que a revolução era eminente. Foi de facto uma
revolução, a implantação veio depois, a sequência factual das acções
desenvolvidas, assim o comprovam. A acção conjunta do povo e das forças
militares, tal como tinha acontecido na fundação da 2ª dinastia e recentemente
na revolução de ABRIL de 1974, foi fundamental para o êxito desta revolução,
mas vamos aos factos que comprovam esta afirmação. A revolta republicana já era
prevista no contexto da instabilidade política e social existente. A 3 de
Outubro o chefe do governo Teixeira de Sousa deu ordem para que todas as tropas
da guarnição da cidade de Lisboa (cerca de 7000 homens ) entrasse de prevenção.
Porém, cerca de metade desses efectivos estava destacado em funções de
policiamento e repressão no BARREIRO, onde as greves e consequente agitação
social se verificava desde o mês de Setembro e, assim, ficaram impedidas de
reforçar as forças leais ao rei, situadas na margem norte do Tejo (grande
factor influente para o êxito da revolução republicana). No dia 3 de Outubro, a
informação de que os navios da marinha de guerra iriam sair a barra e o assassinato
de Miguel Bombarda, precipitariam a data da acção. O Almirante Cândido dos Reis
(carbonário) chefe militar da sublevação prevista, suicida-se na madrugada de 4
de Outubro, julgando que a revolução tinha falhado. A notícia chega à “Rotunda”
cerca das sete horas da manhã, desmoralizados, oficiais vestem-se à civil e
abandonam o local, porém o Tenente da Marinha MACHADO SANTOS, também ele carbonário (Maçon) decide
continuar e resistir. O duelo de artilharia entre a “Rotunda” (dos
republicanos) os “Restauradores” e o
jardim do “Torel” (dos monárquicos) comandados por Paiva Couceiro, era
continuado, com baixas para ambos os lados. Às 16h00 do dia 4, os canhões da
monarquia calam-se. Paiva Couceiro recebe uma ordem do general António
Carvalhal (seu superior) para retirar para “Sete-Rios”.
Não por incompetência do general, como se veio a verificar posteriormente, com
a sua nomeação para chefe da Divisão Militar, pelo Governo da República. Os
reforços da província nunca chegaram porque, a “gente – povo – todo o dia”
bloqueara as estradas e dinamitara a via-férrea e, a marchar, os reforços nunca
chegariam a tempo à capital. Da margem sul, também era impossível a chegada de
reforços, já que os navios (“S. Rafael”, “Adamastor” e “D. Carlos I”) estavam
na mão dos revoltosos, comandados por oficiais subalternos, tal como na
“Rotunda”. No dia 5, o povo que enchia as ruas laterais à “Rotunda”, junta-se
às forças revolucionárias, gritando vivas à República. Machado Santos sentindo
o maciço apoio popular que, desmoraliza e confunde as forças do regime, sentiu
a revolução ganha e decide entregar o comando da revolução ao General António
Carvalhal. Poucas horas depois era proclamada a República por José Relvas, na
varanda dos Paços do Concelho, na Praça do Município e logo após é nomeado um
governo provisório. Encontram semelhanças??? A diferença está entre as balas de
canhão, o desperdício de vidas e os cravos de MAIO, de resto é em tudo
semelhante. Militares e povo anónimo, oficiais subalternos e um ou outro
general. Não esquecendo o contributo do Barreiro para o êxito da revolução. VIVA
A REPÚBLICA ! - VIVA O BARREIRO!
ARFER
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