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quinta-feira, 25 de abril de 2013

ABRIL ... UM NOVO ABRIL ...ABRIL

UM NOVO ABRIL

                                      (modesta homenagem a Ary dos Santos)

Não foi sonho, amigo, não foi sonho;

Eu vi, eu estava lá quando se fez,

Vi lágrimas nos olhos, vi risonho

O rosto de um orgulho português.

E vi crescer, por dentro, essa alegria

De quem olha o futuro de alma lavada,

Vi acordar da longa letargia

Um raio de Sol naquela madrugada.

E foi tudo diferente desde então:

Vi na Reforma Agrária tanta glória

Onde até se aumentou a produção

E é um caso único na História.

E vi tropas e jovens voluntários

Por esse País dentro alegremente

A ensinar a ler velhos operários

Que o fascismo castrara impunemente.

Vi fazer as mais lindas cantigas

Que inundavam de sonho o coração,

Música e palavras tão amigas

As chamadas “canções de intervenção”.

E foi tão lindo tudo aquilo que se fez,

Que apesar de alguns erros e revezes

Portugal foi então mais português

E foi pertença, enfim, dos portugueses.

A reacção esperou, baixou o tom,

Mas foi minando como uma toupeira

O espírito crédulo de um Povo bom

Que traído acabou desta maneira.

Nesta terra sopram ventos de vingança

(Gente que do estrangeiro é tão servil)

Retornam os ladrões da nossa esperança

Nesse ódio torpe de matar Abril!

Por isso, é tempo de acordar de novo

Correr com esta gente ingrata e vil

Mostrando-lhes que aqui existe um Povo

Que nunca deixará morrer Abril!

Abril 2013

Fernando Tavares Marques



2 comentários:

  1. Belo poema do meu grande amigo Fernando Marques.
    Obrigado Armindo pela publicação. Um abraço
    Manuel Fernandes

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