UM NOVO ABRIL
(modesta homenagem a Ary dos Santos)
Não foi sonho, amigo, não foi sonho;
Eu vi, eu estava lá quando se fez,
Vi lágrimas nos olhos, vi risonho
O rosto de um orgulho português.
E vi crescer, por dentro, essa alegria
De quem olha o futuro de alma lavada,
Vi acordar da longa letargia
Um raio de Sol naquela madrugada.
E foi tudo diferente desde então:
Vi na Reforma Agrária tanta glória
Onde até se aumentou a produção
E é um caso único na História.
E vi tropas e jovens voluntários
Por esse País dentro alegremente
A ensinar a ler velhos operários
Que o fascismo castrara impunemente.
Vi fazer as mais lindas cantigas
Que inundavam de sonho o coração,
Música e palavras tão amigas
As chamadas “canções de intervenção”.
E foi tão lindo tudo aquilo que se fez,
Que apesar de alguns erros e revezes
Portugal foi então mais português
E foi pertença, enfim, dos portugueses.
A reacção esperou, baixou o tom,
Mas foi minando como uma toupeira
O espírito crédulo de um Povo bom
Que traído acabou desta maneira.
Nesta terra sopram ventos de vingança
(Gente que do estrangeiro é tão servil)
Retornam os ladrões da nossa esperança
Nesse ódio torpe de matar Abril!
Por isso, é tempo de acordar de novo
Correr com esta gente ingrata e vil
Mostrando-lhes que aqui existe um Povo
Que nunca deixará morrer Abril!
Abril 2013
Fernando Tavares Marques
Belo poema do meu grande amigo Fernando Marques.
ResponderEliminarObrigado Armindo pela publicação. Um abraço
Manuel Fernandes
Palamas!!!!
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