domingo, 28 de outubro de 2018
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
BERTOLT BRECHT
De Bertolt Brecht
“SE OS TUBARÕES FOSSEM HOMENS”
Se os tubarões fossem homens, perguntou a filha da sua
senhoria ao Senhor K., eles seriam mais amáveis com os peixinhos?
Certamente, disse ele.
Se os tubarões fossem homens, construiriam no mar grandes gaiolas para os peixes pequenos com todo tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca, e tomariam toda espécie de medidas sanitárias.
Se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, então lhe fariam imediatamente um curativo, para que ele não morresse antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem melancólicos, haveria grandes festas aquáticas de vez em quando, pois os peixinhos alegres têm melhor sabor do que os tristes.
Naturalmente, haveria também escolas nas gaiolas. Nessas escolas, os peixinhos aprenderiam como nadar para as goelas dos tubarões. Precisariam saber geografia, por exemplo, para localizar os grandes tubarões que vagueiam descansadamente pelo mar.
O mais importante seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. Eles seriam informados de que nada existe de mais belo e mais sublime do que um peixinho que se sacrifica contente, e que todos deveriam crer nos tubarões, sobretudo quando dissessem que cuidam de sua felicidade futura.
Os peixinhos saberiam que esse futuro só estaria assegurado se estudassem docilmente. Acima de tudo, os peixinhos deveriam evitar toda inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista, e avisar imediatamente os tubarões, se um dentre eles mostrasse tais tendências. Se os tubarões fossem homens, naturalmente fariam guerras entre si, para conquistar gaiolas e peixinhos estrangeiros. Nessas guerras eles fariam lutar os seus peixinhos, e lhes ensinariam que há uma enorme diferença entre eles e os peixinhos dos outros tubarões.
Os peixinhos – eles iriam proclamar – são notoriamente mudos, mas silenciam em línguas diferentes, e por isso não podem se entender. Cada peixinho que na guerra matasse alguns outros, inimigos, que silenciam em outra língua, seria condecorado com uma pequena medalha de sargaço e receberia o título de herói.
Se os tubarões fossem homens, naturalmente haveria também arte entre eles. Haveria belos quadros, representando os dentes dos tubarões em cores soberbas, e suas goelas como jardins onde se brinca deliciosamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam valorosos peixinhos nadando com entusiasmo para as gargantas dos tubarões, e a música seria tão bela, que a seus acordes todos os peixinhos, com a orquestra na frente, sonhando, embalados nos pensamentos mais doces, se precipitariam nas gargantas dos tubarões.
Também não faltaria uma religião, se os tubarões fossem homens. Ela ensinaria que a verdadeira vida dos peixinhos começa apenas na barriga dos tubarões. Além disso, se os tubarões fossem homens também acabaria a idéia de que os peixinhos são iguais entre si. Alguns deles se tornariam funcionários e seriam colocados acima dos outros. Aqueles ligeiramente maiores poderiam inclusive comer os menores. Isto seria agradável para os tubarões, pois eles teriam, com maior freqüência, bocados maiores para comer. E os peixinhos maiores, detentores de cargos, cuidariam da ordem entre os peixinhos, tornando-se professores, oficiais, construtores de gaiolas, etc.
Em suma, haveria uma civilização no mar, se os tubarões fossem homens.
Bertolt Brecht (1898-1956) reuniu na obra Histórias do
Senhor Keuner, em 1932, parábolas escritas com humor e ironia, satirizando o
comportamento da sociedade.Certamente, disse ele.
Se os tubarões fossem homens, construiriam no mar grandes gaiolas para os peixes pequenos com todo tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca, e tomariam toda espécie de medidas sanitárias.
Se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, então lhe fariam imediatamente um curativo, para que ele não morresse antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem melancólicos, haveria grandes festas aquáticas de vez em quando, pois os peixinhos alegres têm melhor sabor do que os tristes.
Naturalmente, haveria também escolas nas gaiolas. Nessas escolas, os peixinhos aprenderiam como nadar para as goelas dos tubarões. Precisariam saber geografia, por exemplo, para localizar os grandes tubarões que vagueiam descansadamente pelo mar.
O mais importante seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. Eles seriam informados de que nada existe de mais belo e mais sublime do que um peixinho que se sacrifica contente, e que todos deveriam crer nos tubarões, sobretudo quando dissessem que cuidam de sua felicidade futura.
Os peixinhos saberiam que esse futuro só estaria assegurado se estudassem docilmente. Acima de tudo, os peixinhos deveriam evitar toda inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista, e avisar imediatamente os tubarões, se um dentre eles mostrasse tais tendências. Se os tubarões fossem homens, naturalmente fariam guerras entre si, para conquistar gaiolas e peixinhos estrangeiros. Nessas guerras eles fariam lutar os seus peixinhos, e lhes ensinariam que há uma enorme diferença entre eles e os peixinhos dos outros tubarões.
Os peixinhos – eles iriam proclamar – são notoriamente mudos, mas silenciam em línguas diferentes, e por isso não podem se entender. Cada peixinho que na guerra matasse alguns outros, inimigos, que silenciam em outra língua, seria condecorado com uma pequena medalha de sargaço e receberia o título de herói.
Se os tubarões fossem homens, naturalmente haveria também arte entre eles. Haveria belos quadros, representando os dentes dos tubarões em cores soberbas, e suas goelas como jardins onde se brinca deliciosamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam valorosos peixinhos nadando com entusiasmo para as gargantas dos tubarões, e a música seria tão bela, que a seus acordes todos os peixinhos, com a orquestra na frente, sonhando, embalados nos pensamentos mais doces, se precipitariam nas gargantas dos tubarões.
Também não faltaria uma religião, se os tubarões fossem homens. Ela ensinaria que a verdadeira vida dos peixinhos começa apenas na barriga dos tubarões. Além disso, se os tubarões fossem homens também acabaria a idéia de que os peixinhos são iguais entre si. Alguns deles se tornariam funcionários e seriam colocados acima dos outros. Aqueles ligeiramente maiores poderiam inclusive comer os menores. Isto seria agradável para os tubarões, pois eles teriam, com maior freqüência, bocados maiores para comer. E os peixinhos maiores, detentores de cargos, cuidariam da ordem entre os peixinhos, tornando-se professores, oficiais, construtores de gaiolas, etc.
Em suma, haveria uma civilização no mar, se os tubarões fossem homens.
domingo, 21 de outubro de 2018
MAÇÃ ~DIA MUNDIAL
21 de Outubro - Dia da Maçã
Nos versículos escritos em
“tabletes” de argila, na antiga SUMÉRIA,
consta que a “dita”, por ser tão chamativa e apetitosa, deu origem ao pecado
original, que deu azo à procriação compulsiva.PIM!
E agora, o PORQUÊ da coisa:
O Dia da Maçã, foi instituído
pela Associação Common Ground, em 1990, a 21 de Outubro, uma iniciativa para
promover o consumo desta fruta e dar a conhecer as suas propriedades
medicinais.
Contem pectina, fibra solúvel
com boas propriedades digestivas.
Limpa o organismo de
resíduos. É útil em casos de artrites, reumatismo e gota.
Comida crua, limpa,
desinfecta a boca e fortalece as gengivas.
Controla o nível de açúcar no
sangue e o colesterol LDL (colesterol mau). È recomendada para os diabéticos.
85% da sua composição é agua,
sendo uma excelente fonte de hidratação e muito adequada para dietas de
emagrecimento. Mais Sobre as propriedades da maçã
ARFER
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
JOSÉ SARAMAGO - PRÉMIO NOBEL
MEMÓRIAS:
8 DE OUTUBRO DE 1998
José
Saramago recebeu, em Estocolmo
(Suécia), o Nobel da Literatura, tornando-se o primeiro escritor de língua
portuguesa a ser distinguido com este prémio.
EM SUA MEMÓRIA:
PALAVRAS DITAS (Moita -2012)
A DANÇA É como a VIDA
Neste palco do MUNDO
Em que todos somos atores.
Na dança dos sonhos
Só se erguem HOMENS de sonho,
Na lucidez da sua cegueira,
Na dureza do seu caráter,
Nas palavras do seu Evangelho.
E na corrente, limpidez da sua PALAVRA
Carregada de sabedoria
Levar-nos-ia na “Jangada de Pedra”
Comandada por bom timoneiro
Ao encontro da “Ilha dos Sonhos”
Onde todos os homens e mulheres
Seriam livres e “Levantados do Chão”.
Nessa sua “Ilha desconhecida”
Em que múltiplas gentes
De todos os continentes,
Numa sinfonia multicultural,
Fariam dela a sua PÁTRIA.
Nela honrariam a língua que os unia
Numa dança e num canto de louvor à LIBERDADE.
Por ela derramariam o seu “sangue”,
Pela igualdade no direito e no dever.
No sonho que nele habita
Dessa tal “Ilha encantada«
Em que o SER dignifica E o TER não lhe diz nada
ARFER - 2010
A DANÇA É como a VIDA
Neste palco do MUNDO
Em que todos somos atores.
Na dança dos sonhos
Só se erguem HOMENS de sonho,
Na lucidez da sua cegueira,
Na dureza do seu caráter,
Nas palavras do seu Evangelho.
E na corrente, limpidez da sua PALAVRA
Carregada de sabedoria
Levar-nos-ia na “Jangada de Pedra”
Comandada por bom timoneiro
Ao encontro da “Ilha dos Sonhos”
Onde todos os homens e mulheres
Seriam livres e “Levantados do Chão”.
Nessa sua “Ilha desconhecida”
Em que múltiplas gentes
De todos os continentes,
Numa sinfonia multicultural,
Fariam dela a sua PÁTRIA.
Nela honrariam a língua que os unia
Numa dança e num canto de louvor à LIBERDADE.
Por ela derramariam o seu “sangue”,
Pela igualdade no direito e no dever.
No sonho que nele habita
Dessa tal “Ilha encantada«
Em que o SER dignifica E o TER não lhe diz nada
ARFER - 2010
quinta-feira, 4 de outubro de 2018
1910 A IMPLANTAÇÃO REPÚBLICA EM PORTUGAL
E ASSIM FOI O DIA 5 DE OUTUBRO DE 1910
A
REVOLUÇÃO REPUBLICANA
A Revolução Republicana foi há 108 anos. No verão do ano de 1910 os boatos já corriam
a cidade, era um aviso de que a revolução era eminente. Foi de facto uma
revolução, a implantação veio depois, a sequência factual das acções
desenvolvidas, assim o comprovam. A acção conjunta do povo e das forças
militares, tal como tinha acontecido na fundação da 2ª dinastia e recentemente
na revolução de ABRIL de 1974, foi fundamental para o êxito desta revolução,
mas vamos aos factos que comprovam esta afirmação. A revolta republicana já era
prevista no contexto da instabilidade política e social existente. A 3 de
Outubro o chefe do governo Teixeira de Sousa deu ordem para que todas as tropas
da guarnição da cidade de Lisboa (cerca de 7000 homens ) entrasse de prevenção.
Porém, cerca de metade desses efectivos estava destacado em funções de
policiamento e repressão no BARREIRO, onde as greves e consequente agitação
social se verificava desde o mês de Setembro e, assim, ficaram impedidas de
reforçar as forças leais ao rei, situadas na margem norte do Tejo (grande
factor influente para o êxito da revolução republicana). No dia 3 de Outubro, a
informação de que os navios da marinha de guerra iriam sair a barra e o assassinato
de Miguel Bombarda, precipitariam a data da acção. O Almirante Cândido dos Reis
(carbonário) chefe militar da sublevação prevista, suicida-se na madrugada de 4
de Outubro, julgando que a revolução tinha falhado. A notícia chega à “Rotunda”
cerca das sete horas da manhã, desmoralizados, oficiais vestem-se à civil e
abandonam o local, porém o Tenente da Marinha MACHADO SANTOS, também ele carbonário (Maçon) decide
continuar e resistir. O duelo de artilharia entre a “Rotunda” (dos
republicanos) os “Restauradores” e o
jardim do “Torel” (dos monárquicos) comandados por Paiva Couceiro, era
continuado, com baixas para ambos os lados. Às 16h00 do dia 4, os canhões da
monarquia calam-se. Paiva Couceiro recebe uma ordem do general António
Carvalhal (seu superior) para retirar para “Sete-Rios”.
Não por incompetência do general, como se veio a verificar posteriormente, com
a sua nomeação para chefe da Divisão Militar, pelo Governo da República. Os
reforços da província nunca chegaram porque, a “gente – povo – todo o dia”
bloqueara as estradas e dinamitara a via-férrea e, a marchar, os reforços nunca
chegariam a tempo à capital. Da margem sul, também era impossível a chegada de
reforços, já que os navios (“S. Rafael”, “Adamastor” e “D. Carlos I”) estavam
na mão dos revoltosos, comandados por oficiais subalternos, tal como na
“Rotunda”. No dia 5, o povo que enchia as ruas laterais à “Rotunda”, junta-se
às forças revolucionárias, gritando vivas à República. Machado Santos sentindo
o maciço apoio popular que, desmoraliza e confunde as forças do regime, sentiu
a revolução ganha e decide entregar o comando da revolução ao General António
Carvalhal. Poucas horas depois era proclamada a República por José Relvas, na
varanda dos Paços do Concelho, na Praça do Município e logo após é nomeado um
governo provisório. Encontram semelhanças??? A diferença está entre as balas de
canhão, o desperdício de vidas e os cravos de MAIO, de resto é em tudo
semelhante. Militares e povo anónimo, oficiais subalternos e um ou outro
general. Não esquecendo o contributo do Barreiro para o êxito da revolução. VIVA
A REPÚBLICA ! - VIVA O BARREIRO!
ARFER
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