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segunda-feira, 21 de março de 2011

A FLORESTA * A POESIA * A AGUA * A IGUALDADE


                                                           DIAS 21 e 22 de MARÇO


Dias plenos de crer e intensidade

Onde tudo se relaciona, porque na verdade

Se todos entendessem o seu significado,

Bem seria para toda a humanidade.



ALGUMAS INTERROGAÇÕES:

- Serão as desigualdades fruto da injustiça ou é a injustiça fruto das desigualdades?

- Será que a liberdade é possível havendo fome? Para onde caminha o planeta azul que até podia ser vermelho se o planeta Marte não tivesse já esse cognome?

O que pensamos nós, se sabemos que:

Muito poucos poluem o que muitos limpam. Uns, poucos, sacodem as migalhas da mesa farta e com esses restos muitos outros enganam a fome. Uns, poucos, arrasam florestas e muitos outros fazem campanhas para as plantar. Muito poucos são donos de terras por cultivar e muitos camponeses morrem por as querer trabalhar. Por fim, porque hoje é o dia Mundial da ÁGUA lembro: Muito poucos poluem a atmosfera, os rios, as ribeiras, os lençóis aquíferos e ainda outros enchem piscinas diariamente, enquanto outros vivem (ou sobrevivem) com dois litros de água por dia.



DIA VINTE E UM : É o dia que assinalou o chegar da Primavera (no hemisfério norte do planeta Terra), o renascer dos campos floridos e, já agora, que seja também o reavivar das memórias e nos traga um sentimento de esperança de um Mundo mais fraterno. É, também, o DIA MUNDIAL DA FLORESTA, que tem como objectivo lembrar e sensibilizar os cidadãos de todo o Mundo para a importância que a sua preservação tem para a manutenção da VIDA no planeta Terra, palco da humanidade. Palco onde cada um de nós é um actor, de uma peça continuada, desempenhando papéis diferenciados das obras de muitos autores. Foi o DIA MUNDIAL DO TEATRO, um dia de todos nós, que participamos em dramas, tragédias e comédias no dia a dia das nossas vidas.

É, também, o DIA INTERNACIONAL CONTRA A DESCRIMINAÇÃO RACIAL, instituído pela ONU, que marca a data trágica de um massacre havido na África do Sul em 21 de Março de 1960. Não gosto de abordar o tema quanto ao facto, à data ou à cor da pele, porque qualquer dia, dos 365 ou 366 do ano, podia exigir este avivar da memória. Ao longo da história da humanidade povos de todas as raças e credos foram sujeitos à escravatura, à descriminação social e racial, por isso desejo que todos os dias sejam dias de todas as causas e evocações.

E porque a poesia marcou o DIA fica uma pequena quadra, sem rima. – quatro versos apenas:



Ao chegar a Primavera , cuidámos da Floresta.

É dia da Poesia e do Teatro, por isso, dia festivo.

Da igualdade entre os povos de cor e credos diferentes.

Pois da vontade do outro, nenhum de nós é cativo.



HOJE 22 DE MARÇO - Data em que a ONU determinou que fosse o dia MUNDIAL DA ÀGUA (o tema deste ano é a água para as cidades), o bem mais precioso, sem ele não haveria dias da poesia, do teatro, da árvore, nem carnavais ou Natais, simplesmente não haveria VIDA, tal como a conhecemos, ficam as imagens da poluição e da seca, para que todos não esqueçam que o BEM MAIS VALIOSO DE TODOS OS BENS É A ÁGUA.

ARFER

21 DE MARÇO – DIA MUNDIAL DA POESIA

Neste dia, em todo o Mundo haverá tertúlias, récitas e encontros, falar-se-á de poesia, dos grandes poetas, relegando a poesia popular para segundo plano.

No espaço da lusofonia há e sempre houve grandes poetas, com obras de rara dimensão, como: os portugueses - Luiz Vaz de Camões, Cesário Verde, Fernando Pessoa - Os brasileiros Drumond de Andrade, Vinicius de Moraes e Castro Alves, de Moçambique José Craveirinha, de Angola Agostinho Neto e de Cabo Verde (Terra de tantos poetas) Amílcar Cabral e Eugénio Tavares. Estes são alguns de grandes poetas de língua portuguesa. Mas hoje quero lembrar ANTÓNIO ALEIXO, UM POETA POPULAR, cauteleiro e pastor de rebanhos, cantor popular de feira em feira, pelas redondezas de Loulé ( Algarve - Portugal )que é um caso singular, bem digno de atenção de quantos se interessam pela poesia. Para reflexão faço uma postagem de algumas quadras da obra “ESTE LIVRO QUE VOS DEIXO”, em parte improvisações registadas, carregadas de sensibilidade, experiência de vida e análise profunda. O SENTIR DO POVO.



ARFER

QUADRAS SOLTAS


Que importa perder a vida

Em luta contra a traição,

Se a Razão mesmo vencida,

Não deixa de ser Razão


Embora os meus olhos sejam,

Os mais pequenos do Mundo

O que importa é que eles vejam

O que os homens são no fundo


Da guerra os grandes culpados

Que espalham a dor da terra,

São os menos acusados

Como culpados da guerra.


Não sou esperto nem bruto

Nem bem nem mal educado;

Sou simplesmente o produto

Do meio em que fui criado.

ANTONIO ALEIXO

A POESIA É ISTO. É SÍNTESE, É RELATO, É OPINIÃO, É SENTIMENTO. MESMO QUE DISTANCIADA TEMPORALMENTE, É SEMPRE ACTUAL.


Ao desconcerto do Mundo

Os bons vi sempre passar

No Mundo grandes tormentos;

E pera mais me espantar,

Os maus vi sempre nadar

Em mar de contentamentos.

Cuidando alcançar assim

O bem tão mal ordenado,

Fui mau, mas fui castigado:

Assim que, só pera mim,

Anda o Mundo concertado.


LUÍS VAZ DE CAMÕES


A POESIA

Poesia brota do nada e traz tudo

Não se constrói, nem se arquitecta.

Para a criar, não é preciso ter“canudo”

É do sentir de cada um, não se projecta.



É como semente que se torna raiz.

Tronco ou folhagem

E o fruto é cada verso, com ou sem rima.

É o sentir que a palavra tem e o que nos diz.

É a teia que o poeta tece e que assina.

Uns poemas trazem mensagem, outros não.

Outros falam de lutas, vidas e amor.

Outros, ainda, de mitos, dor ou ilusão

De sonhos, liberdade, campos em flor.

Dos cravos, das rosas, das papoilas

De tanta coisa falam, mas também

Das formas belas e suaves das moçoilas

Que nos “levam” nos sonhos para o além.

Ainda que alguns, sejam plenos de fantasias,

Trazem-nos a esperança nas palavras e

Doses imensas de alegrias

ARFER

E por achar curioso e relacionado com a LIBERDADE (igualdade de direitos e deveres), é dia de EQUINÓCIO (do latim aequinoctiu = aequus, igual + nox, noite) em que o DIA é igual à noite e este é um ano em que a LUA está tão próxima da TERRA que só daqui a 18 anos repetirá essa “viagem de aproximação, resta-me o sonho, a vontade, utopia ou não de que nessa altura a igualdade seja uma conquista (consumada) de todos os povos.

ARFER

9 comentários:

  1. Um post excelente, até pela informação. Apenas lembrei a data em duas vertentes. Faltou-me falar da árvore. Mas já o tinha feito em a Metamorfose II, aqui

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  2. Grata por tanta informação!
    Vim te desejar uma semana de paz e muita saúde!
    Um abraço

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  3. Um post de imenso valor informativo até ao pormenor. Excelente lição de cidadania. Vários acontecimentos que os homens marcaram no calendário, para haver dias para tudo.
    Interrogações muito interessantes para as quais temos de pensar bem antes de responder.Se elas fossem feitas há anos atrás, não existiam dúvidas nas respostas...hoje há que pensar bem, assim como pensou o poeta António Aleixo, enquanto vendia a sorte e não a trazia para sua casa.Grande filósofo da vida. Para mim é muito mais poeta, do que muitos com nomes catalogados.
    As suas quadras são intemporais.
    No dia da água ( fonte da vida), desejo sinceramente que o homem tenha consciência do que anda a fazer, pois o planeta azul...este não é de ceretza! Basta olharmos em redor de nós.
    Um vénia pelo excelente texto, pela sua sensibilidade e solidariedade para com a Mãe Natureza e para os que mais sofrem nesta selva, chamada civilização.
    Saudações poéticas

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  4. Mesmo havendo algumas duvidas estes dizeres jáas dissipam - "
    Dias plenos de crer e intensidade

    Onde tudo se relaciona, porque na verdade

    Se todos entendessem o seu significado,

    Bem seria para toda a humanidade."

    Lindo isto meu amigo!
    Abraço

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  5. Assim seja, amigo poeta. Quando regressar o Equinócio daqui a 18 anos, o seu sonho seja já uma realidade, que possamos sentir e ver a liberdade e o respeito pela igualdade, neste teatro da vida.
    Bem haja pelo seus sentimentos e preocupação.
    Saudações poéticas
    tg

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  6. Gostei de ler os poemas.
    O desconserto do mundo em que vivemos faz-nos quase esquecer a proximidade dos planetas, do dia e da noite.
    Faz esquecer o poder criador das palavras.
    Faz com que as árvores e a água sejam vistas com a banalidade dos olhos pequenos que são incapazes de olhar para além de si próprio.

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  7. He pasado a saludar y he disfrutado leyendo sus publicaciones... un abrazo desde la distancia.

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  8. Meu caro amigo Poeta;
    Excelente post; gostei imenso das quadras e dos magnificentes textos; gostei, também, de reler o grande Camões e o não menos grande poeta popular, António Aleixo. Já agora, vou confidenciar, que após a leitura de toda a postagem, fiquei por largos minutos a ouvir a extraordinária voz desse cantor que dá pelo nome de Pedro Barroso.
    Parabéns.
    Um forte abraço.

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