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sábado, 26 de março de 2011

NANCY VIEIRA- DIA DA MULHER CABOVERDIANA




27 DE MARÇO - dia em que se comemora o dia da mulher cabo-verdiana e os 29 anos da OMCV - Organização das MULHERES de Cabo Verde.

Mudjer é expreçom
Mudjer é kuraçom
Mudjer é harmonia
Mudjer é alegria

Mudjer é multiplikaçom di verdadi
Mudjer é soma di amizadi
Mudjer é morabeza saltianti
Mudjer é beleza di frenti
Mudjer é futuru Prisenti

27 DE MARÇO – DIA DA MULHER CABOVERDIANA.

MULHER de um PAÍS onde do quase nada se faz quase tudo e da DIÁSPORA que suplanta quantitativamente os que lá vivem.
MULHER MÃE, MULHER DE TRABALHO, MULHER QUE EDUCA, MULHER DE LUTA, MULHER SUSTENTÁTUCULO DO FUTURO DO PAÍS, que foi e é ponto de encontro de muitas culturas, ele próprio detentor de uma imensa cultura, eivada de multiculturalidade.
Na paz e MORABEZA fica a SODADE que a mulher traz consigo e que, esteja onde estiver, espalha o perfume desse berço de dez pérolas do Atlântico.
Deixo um POEMA de AMÍLCAR CABRAL, palavras de uma HOMEM, dedicado à mulher da terra que tanto amou.

ARFER

ROSA NEGRA
Rosa,
Chamam-te Rosa, minha preta formosa
E na tua negrura
Teus dentes se mostram sorrindo.

Teu corpo baloiça, caminhas dançando,
Minha preta formosa, lasciva e ridente
Vais cheia de vida, vais cheia de esperanças
Em teu corpo correndo a seiva da vida
Tuas carnes gritando
E teus lábios sorrindo...

Mas temo tua sorte na vida que vives,
Na vida que temos...
Amanhã terás filhos, minha preta formosa
E varizes nas pernas e dores no corpo;
Minha preta formosa já não serás Rosa,
Serás uma negra sem vida e sofrente
Ser’as uma negra
E eu temo a tua sorte!

Minha preta formosa não temo a tua sorte,
Que a vida que vives não tarda findar...
Minha preta formosa, amanhã terás filhos
Mas também amanhã...
... amanhã terás vida!

AMILCAR CABRAL

Que todas as Mulheres e Homens de CABO VERDE se sintam iguais e lutem por isso.
ARFER

segunda-feira, 21 de março de 2011

A FLORESTA * A POESIA * A AGUA * A IGUALDADE


                                                           DIAS 21 e 22 de MARÇO


Dias plenos de crer e intensidade

Onde tudo se relaciona, porque na verdade

Se todos entendessem o seu significado,

Bem seria para toda a humanidade.



ALGUMAS INTERROGAÇÕES:

- Serão as desigualdades fruto da injustiça ou é a injustiça fruto das desigualdades?

- Será que a liberdade é possível havendo fome? Para onde caminha o planeta azul que até podia ser vermelho se o planeta Marte não tivesse já esse cognome?

O que pensamos nós, se sabemos que:

Muito poucos poluem o que muitos limpam. Uns, poucos, sacodem as migalhas da mesa farta e com esses restos muitos outros enganam a fome. Uns, poucos, arrasam florestas e muitos outros fazem campanhas para as plantar. Muito poucos são donos de terras por cultivar e muitos camponeses morrem por as querer trabalhar. Por fim, porque hoje é o dia Mundial da ÁGUA lembro: Muito poucos poluem a atmosfera, os rios, as ribeiras, os lençóis aquíferos e ainda outros enchem piscinas diariamente, enquanto outros vivem (ou sobrevivem) com dois litros de água por dia.



DIA VINTE E UM : É o dia que assinalou o chegar da Primavera (no hemisfério norte do planeta Terra), o renascer dos campos floridos e, já agora, que seja também o reavivar das memórias e nos traga um sentimento de esperança de um Mundo mais fraterno. É, também, o DIA MUNDIAL DA FLORESTA, que tem como objectivo lembrar e sensibilizar os cidadãos de todo o Mundo para a importância que a sua preservação tem para a manutenção da VIDA no planeta Terra, palco da humanidade. Palco onde cada um de nós é um actor, de uma peça continuada, desempenhando papéis diferenciados das obras de muitos autores. Foi o DIA MUNDIAL DO TEATRO, um dia de todos nós, que participamos em dramas, tragédias e comédias no dia a dia das nossas vidas.

É, também, o DIA INTERNACIONAL CONTRA A DESCRIMINAÇÃO RACIAL, instituído pela ONU, que marca a data trágica de um massacre havido na África do Sul em 21 de Março de 1960. Não gosto de abordar o tema quanto ao facto, à data ou à cor da pele, porque qualquer dia, dos 365 ou 366 do ano, podia exigir este avivar da memória. Ao longo da história da humanidade povos de todas as raças e credos foram sujeitos à escravatura, à descriminação social e racial, por isso desejo que todos os dias sejam dias de todas as causas e evocações.

E porque a poesia marcou o DIA fica uma pequena quadra, sem rima. – quatro versos apenas:



Ao chegar a Primavera , cuidámos da Floresta.

É dia da Poesia e do Teatro, por isso, dia festivo.

Da igualdade entre os povos de cor e credos diferentes.

Pois da vontade do outro, nenhum de nós é cativo.



HOJE 22 DE MARÇO - Data em que a ONU determinou que fosse o dia MUNDIAL DA ÀGUA (o tema deste ano é a água para as cidades), o bem mais precioso, sem ele não haveria dias da poesia, do teatro, da árvore, nem carnavais ou Natais, simplesmente não haveria VIDA, tal como a conhecemos, ficam as imagens da poluição e da seca, para que todos não esqueçam que o BEM MAIS VALIOSO DE TODOS OS BENS É A ÁGUA.

ARFER

21 DE MARÇO – DIA MUNDIAL DA POESIA

Neste dia, em todo o Mundo haverá tertúlias, récitas e encontros, falar-se-á de poesia, dos grandes poetas, relegando a poesia popular para segundo plano.

No espaço da lusofonia há e sempre houve grandes poetas, com obras de rara dimensão, como: os portugueses - Luiz Vaz de Camões, Cesário Verde, Fernando Pessoa - Os brasileiros Drumond de Andrade, Vinicius de Moraes e Castro Alves, de Moçambique José Craveirinha, de Angola Agostinho Neto e de Cabo Verde (Terra de tantos poetas) Amílcar Cabral e Eugénio Tavares. Estes são alguns de grandes poetas de língua portuguesa. Mas hoje quero lembrar ANTÓNIO ALEIXO, UM POETA POPULAR, cauteleiro e pastor de rebanhos, cantor popular de feira em feira, pelas redondezas de Loulé ( Algarve - Portugal )que é um caso singular, bem digno de atenção de quantos se interessam pela poesia. Para reflexão faço uma postagem de algumas quadras da obra “ESTE LIVRO QUE VOS DEIXO”, em parte improvisações registadas, carregadas de sensibilidade, experiência de vida e análise profunda. O SENTIR DO POVO.



ARFER

QUADRAS SOLTAS


Que importa perder a vida

Em luta contra a traição,

Se a Razão mesmo vencida,

Não deixa de ser Razão


Embora os meus olhos sejam,

Os mais pequenos do Mundo

O que importa é que eles vejam

O que os homens são no fundo


Da guerra os grandes culpados

Que espalham a dor da terra,

São os menos acusados

Como culpados da guerra.


Não sou esperto nem bruto

Nem bem nem mal educado;

Sou simplesmente o produto

Do meio em que fui criado.

ANTONIO ALEIXO

A POESIA É ISTO. É SÍNTESE, É RELATO, É OPINIÃO, É SENTIMENTO. MESMO QUE DISTANCIADA TEMPORALMENTE, É SEMPRE ACTUAL.


Ao desconcerto do Mundo

Os bons vi sempre passar

No Mundo grandes tormentos;

E pera mais me espantar,

Os maus vi sempre nadar

Em mar de contentamentos.

Cuidando alcançar assim

O bem tão mal ordenado,

Fui mau, mas fui castigado:

Assim que, só pera mim,

Anda o Mundo concertado.


LUÍS VAZ DE CAMÕES


A POESIA

Poesia brota do nada e traz tudo

Não se constrói, nem se arquitecta.

Para a criar, não é preciso ter“canudo”

É do sentir de cada um, não se projecta.



É como semente que se torna raiz.

Tronco ou folhagem

E o fruto é cada verso, com ou sem rima.

É o sentir que a palavra tem e o que nos diz.

É a teia que o poeta tece e que assina.

Uns poemas trazem mensagem, outros não.

Outros falam de lutas, vidas e amor.

Outros, ainda, de mitos, dor ou ilusão

De sonhos, liberdade, campos em flor.

Dos cravos, das rosas, das papoilas

De tanta coisa falam, mas também

Das formas belas e suaves das moçoilas

Que nos “levam” nos sonhos para o além.

Ainda que alguns, sejam plenos de fantasias,

Trazem-nos a esperança nas palavras e

Doses imensas de alegrias

ARFER

E por achar curioso e relacionado com a LIBERDADE (igualdade de direitos e deveres), é dia de EQUINÓCIO (do latim aequinoctiu = aequus, igual + nox, noite) em que o DIA é igual à noite e este é um ano em que a LUA está tão próxima da TERRA que só daqui a 18 anos repetirá essa “viagem de aproximação, resta-me o sonho, a vontade, utopia ou não de que nessa altura a igualdade seja uma conquista (consumada) de todos os povos.

ARFER

segunda-feira, 7 de março de 2011

À MULHER ANÓNIMA



Á
Mulher anónima, mulher mãe.


Universo em si, fonte de vida.


Lutadora, sempre cuidando de alguém.


Havendo em ti a força da verdade,


Ergue-te das brumas que te oprimem,


Reclama o teu direito à igualdade




8 de Março Dia Internacional da Mulher

- Factos da história: -

No dia 8 de Março do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas para as 10 horas diárias. Estas operárias recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". Em 1977, as Nações Unidas proclamam o dia 8 de Março como o:- Dia Internacional dos Direitos da Mulher e da Paz.



Como era em Portugal, para que a memória não seja curta.


O retrato da mulher durante o Estado Novo

A constituição de 1933, que vigorou até 1974, estabelecia um princípio de falsa igualdade, material e imaterial. A mulher praticamente não tinha direitos. Se se tratasse de uma mulher casada, os direitos eram exercidos pelo chefe de família.

A lei portuguesa designava o marido como chefe de família, donde resultava uma série de incapacidades para a mulher casada, contrariamente à mulher solteira, de maioridade, que era considerada cidadã de plenos direitos, ainda que limitados. A mulher não tinha direito de voto, não tinha possibilidade de exercer nenhum cargo político, e, mesmo em termos da família, a mulher não tinha os mesmos direitos na educação dos filhos.

Nesse tempo, a Lei atribuía à mulher casada uma função específica: o governo doméstico, o que se traduzia pela imposição dos trabalhos domésticos como obrigação. E os poderes especiais do pai e da mãe em relação ao filho resultavam na sobrevalorização do pai e subalternidade da mãe, que, como recomendava a lei, apenas devia ser ouvida.

Outro dos problemas que a mulher enfrentava na altura acontecia nas situações de reconstituição da família. O divórcio era proibido, devido ao acordo estabelecido com a Igreja Católica na Concordata de 1944, pelo que todas as crianças nascidas de uma nova relação, posterior ao primeiro casamento, eram consideradas ilegítimas. E havia duas alternativas no acto do registo: a mulher ou dava à criança o nome do marido anterior ou assumia o estatuto de "mãe incógnita". O que não podia era dar o seu nome e o do marido actual. No que diz respeito à questão profissional, a mulher não tinha direito de acesso a determinados lugares que se considerava que deviam ser ocupados por homens. A magistratura, a diplomacia e a política são apenas alguns dos exemplos de sectores profissionais a que a mulher não podia aceder.

A Mulher era sujeita a restrições sociais impeditivas da sua liberdade de escolha, as casadas não podiam mexer na sua propriedade, as enfermeiras não podiam casar, uma professora só podia casar com um homem que tivesse um vencimento e estatuto superior ao seu, tinham que pedir autorização para casar, autorização que seria publicada em Diário da República.

Uma mulher casada não podia ir para o estrangeiro e trabalhar onde bem entendesse sem autorização do marido. O marido podia chegar a uma empresa ou estabelecimento público e dizer: eu não autorizo a minha esposa a trabalhar. E ela tinha que vir embora, tinha que ser despedida"

E por último, a violência doméstica era votada às “malvas” considerada tabu como sendo normalidade na vivência das famílias. ANORMALIDADES DE OUTROS TEMPOS.

Infelizmente (por enquanto) em muitas sociedades deste Planeta Azul, os direitos da mulher não estão globalizados, pelo que lutar pela paridade de direitos e deveres seja um propósito e um dever de cidadania de todos e para todos.

ARFER

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

MALANGATANA NO BARREIRO . O MONUMENTO OFERECIDO À CIDADE

MALANGATANA


Cheguei a casa, cerca das 21h00, sentei-me para jantar e vi a notícia, via TV, em rodapé: “ …faleceu Malangatana …”, não queria crer mas, logo após, confirmei.

Lá fora chovia copiosamente, como se do céu caíssem lágrimas de tristeza. Decidi escrever e fazer lembrar em poucas palavras, quem foi o Pintor, o Poeta, o Escultor, amante da Antropologia e Etnologia, mas, principalmente, amava a natureza, a humanidade e todos quantos com ele conviviam.

Em 6 de Junho de 1936, nasceu em MATALANA (província de Maputo).

Em 1960 tornou-se artista profissional.

No período colonial foi preso pela PIDE (polícia política) juntamente com os poetas José Craveirinha, Rui Nogar e outros cidadãos. Julgado dois anos depois e sem culpa formada (o que era comum) é julgado, absolvido e libertado.

Aderiu à FRELIMO, impulsionou diversos projectos culturais, colaborou intensamente com a UNICEF em acções culturais direccionadas à criança.

Um imenso rol de países de todo o Mundo guarda obras suas.

Estão presentes nas suas obras o “papão”, o povo e a criança mas em grande parte delas é a MULHER MOÇAMBICANA que está em destaque e dele guardo esta frase: “ …Não estou desiludido com a mulher com quem casei, ela é superior a mim ….”

O MUNDO FICOU MAIS POBRE

BEM HAJA

ARFER

MALANGATANA NGWENYA


Não teve berço, nem brinquedo

Dormiu na esteira, no chão

E de noite sentia medo

Que ali chegasse o “papão”.

Em moleque, criado de meninos

Apanha bolas e pastor

Aprendiz de “nyamossoro”

Ansiava um Mundo melhor

Trazia em si a Arte, em cada poro.

Foi em Matalana que nasceu

E experimentou a arte de pintar

Desenhou e fez-se escultor

Dedicou-se à vida com trabalho

E deixou nele todo o seu amor.

Hoje cidadão do Mundo

Venerado em toda a parte

Não só pelo HOMEM que é

Mas também pela sua ARTE.



Em vez de um ADEUS, ATÉ JÁ !!!

ARFER

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL COM P.P.P.



















NATAL


Nada melhor do que ter

Amor, “Pão” e Amizade.

Também, é bom não esquecer

Aqueles que neste Mundo

Lutam pela Liberdade.


E o que é Liberdade?

Julgamos todos saber

Então, pronto, é só dizer:

É viver em igualdade

No direito e no dever.


Sendo assim, que este Natal

Nos sirva de reflexão

Sobre a tristeza que assola

As muitas casas sem pão

E os meninos sem escola.

Ses:

Se acham bem o que aqui digo

Se certos e do meu lado

Levem a quem não consigo

O que vai neste “recado”.



Se ao nascer há igualdade,

Se na morte é tal e qual,

Porque é que durante a vida

Não há “espírito” de NATAL.



ARFER


E porque a criança, neste período, é o centro das atenções, incluindo as que vilmente são exploradas e maltratadas durante o ano, daí ter gostado deste poema que me foi gentilmente cedido.


"Toda criança do mundo
mora no meu coração
Seja pobre, seja rica,
Seja grandona ou nanica,
Mulata, ruiva, amarela,
Seja bonitinha ou feia
De trança ou touca de meia
Use sapato ou chinela...
Seja branca ou seja preta
De seda ou de camiseta
Com diploma ou sem escola
Triste, alegre ou boazinha
Que goste de amarelinha
Ou goste de jogar bola...
Seja indiazinha do mato
Não goste de usar sapato
Caeté ou cariri
Caipira ou da cidade
Diga mentira ou verdade
Em português ou tupi.
More em casa ou num barraco
Coma na mão ou no prato
Viva lá no fim do mundo
Durma na cama ou no chão

Toda criança do mundo
Mora no meu coração.”



(Ruth Rocha)

Cedido gentilmente por PAULA FIGUEIREDO, de Belo Horizonte, autora do BLOG “Espasmos de Inspiração”

sábado, 27 de novembro de 2010

AMIGOS QUE DÃO SABER

                                                        
Aos AMIGOS que escrevem.


Cinco letras, cinco dedos

Todos eles são diferentes

Tal como ideias e credos

Seguidos por tanta gente.

Para os que vêm e eu sigo,

Que já são quatro centenas

Vai o meu abraço amigo.

Não sei mais o que lhes diga

Já que dizer sem sentir

Não sou capaz de o fazer

E creio que todos vós, na verdade

Transmitem sonhos e SABER

Em perfeita LIBERDADE.

Uns falam da sua vida,

Das lutas que há por vencer

Que não há esperança perdida

Tudo depende do QUERER.

BEM HAJA, pois, para todos

Pela vossa criatividade

Os vossos versos e prosas

São “cheiro” de LIBERDADE.

ARFER

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

AO AMIGO


















AMIGO

Que continues a escrever

Poemas deste calibre

E tenhas essa vontade

De querer um país livre

E que a liberdade assente

No conceito da igualdade

De direitos e deveres.

Embora havendo pareceres

De que é uma utopia

Estamos certos da razão,

Esta não se fantasia.

O que dizes faz sentido

E vale em todo o momento

Desse passado sabido

É que vem o nosso alento.

É certo que em todo o tempo

Houve algumas frustrações

Por “batalhas” que perdidas,

Por insondáveis razões

São recordações vividas

Que trazem ensinamentos

Para a lutas que hão-de vir

Tendo em vista um Mundo novo.

Aquele que nós sentimos e outros hão-de sentir

Porque o futuro é do povo.

Eu penso o mesmo que pensas

E estando do mesmo lado nesta luta desigual,

Uma certeza nós temos

Ao pensar em Portugal

Em tudo aquilo que fazemos .

Os ideais e a razão são a nossa força, amigo.

E é nesse acreditar que o lutar faz sentido.



Sentado nesta cadeira à frente do monitor

Te mando um abraço amigo

E continua Fernando, que eu cá estarei contigo

Nas “lutas” que hão-de vir e avante camarada

Que um homem sem ideais nesta vida não é nada.

Um abraço.



ARFER

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A REPÚBLICA - ACONTECEU


A REPÚBLICA – 5.10.1910 – ACONTECEU


Lembras-te daquele dia

Em que saímos da “Rotunda” de mão dada,

Depois daquela noite de luta e medo

Mas plenos de certezas e confiança?

Sentíamo-nos livres como aves

Voando num céu de esperança.

Dia que já tínhamos partilhado em sonhos.

Estávamos felizes como qualquer criança

Que tinha recebido a mais valiosa prenda.

Descemos a passo estugado a “Avenida”

À qual deste o nome de “Liberdade”.

Passámos pelo “Rossio”, onde a populaça

Vinda da Mouraria, do Castelo, Alfama e Graça,

Era um Mar de Gente e de Felicidade.

Ao fundo vimos o “Tejo” no seu caminho p’ro Mar.

O Povo em uníssono clamava por Ti.

Para Eles eras a força que os ia libertar

Das amarras da ignorância e da miséria.

Foi um dia dos mais felizes que vivi.

Quanto sentimento nele havia, não mais esqueci

Quando os nossos EUS se uniram pelo elo da verdade.

Na varanda do Município falavam de TI

Ao som da “Portuguesa” e com vivas à Liberdade.

ARFER

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A SOPA


A SOPA

Esta sopa é acessível a todos e benéfica, tanto no que diz respeito ao Físico, mas também pela “mensagem” que nos traz.

No BARREIRO há jovens que pensam no “OUTRO”

Não se trata da sopa do “Sidónio” nem da dos “Pobres” do “António”, nem se trata, tão pouco, dos restos do “Rancho” que se distribuía à porta dos quartéis ,esperamos não chegar a tanto no futuro, mesmo que longínquo.

Este grupo de JOVENS BARREIRENSES (“COMIDA SIM, BOMBAS NÃO”) dá-nos mostra da importância da sopa enquanto alimento quase completo (diz o povo) e de fácil digestão, em comparação com as balas e bombas de ingestão rápida e morte súbita ou a prazo.

Se uma granada de mão equivalerá, no custo, a umas trezentas sopas, um míssil balístico daria para produzir uns milhões de pratos a transbordar deste suculento bem alimentar.

Agora, pensando em “MACRO” já que o “MICRO” foi atrás descrito, pensem bem, agora, da importância desta iniciativa de voluntariado puro, no seu significado e na mensagem que ela nos traz,

Pensem !!! : 10% dos gastos mundiais em bombas, material bélico e quejandos dariam, decerto, para alimentar os muitos milhões de cidadãos que neste MUNDO passam fome e comeriam uma SOPINHA, de boa vontade e em PAZ.

ARFER

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

AVE DOS SONHOS


















A AVE DOS SONHOS


Avezinha pequenina

Que vens de longe a voar

Do outro lado do mundo.

Como é lindo seu cantar.

Ave querida, sabes bem

Que eu estou à tua espera

Para ver teus olhos brilhar.

E isto não é quimera

Pois já sinto o teu voar

E o odor do teu perfume

Feito da mais linda flor

Que não é chama, nem lume

É fogo feito de amor.

Pousas-te, voei contigo

Por quanto tempo, não sei

E foi então que acordei

E não estavas a meu lado

Foi sonho de que gostei

Mas fica o sonho guardado.

ARFER


VAI e VEM



O Amor vai, o Amor vem

Pode ser suave brisa

Ou chama ardente.

Ninguém o dá porque quer

Mas por aquilo que sente.

Amor é um perfume de Liberdade

Que se pode ou não evaporar,

Porque é livre como o vento.

So livre se pode amar

Nas asas do pensamento.

Não pode, nunca, ser posse, mágoa ou dor.

É só nosso, não tem dono.

Por isso é maravilhosa

A dádiva do AMOR.


ARFER

segunda-feira, 2 de agosto de 2010


















CÁ E LÁ (da gaveta)


Andei por lá, passei por cá,

Procurando aquilo que já não há.

Ou haverá?

Talvez encontre, vou pesquisando

E neste ensejo eu é que mando.

Vou percorrendo novo caminho

E nesta procura não estou sozinho.

E num mar de gente, igual mas diferente

Que sabe o que quer e canta o que sente.

É lá que eu encontro aquilo que procuro,

Se bem que o caminho se revele o mais duro.

Mas foi na dureza dessa caminhada

Que tive a certeza do que procurava.

Quando te encontrei, afinal já sabia

Que eras afinal, aquilo que eu queria.

Estendeste-me a mão, seguimos em frente

E não mais procuro

És o meu presente,

SERÁS O MEU FUTURO!


ARFER (ANOS 70)

sábado, 31 de julho de 2010

"PENSANDO NO TEMPO"


















PENSANDO NO TEMPO


Pensando no TEMPO…

Mas que Tempo???

Que espaço, que volume,

Que distância tem o Tempo?

Alguém sabe quanto Tempo tem o Tempo?

O Tempo passa, o Tempo voa, o Tempo tarda.

Não há tempo para pensar no Tempo,

nem sentir a importância do Tempo

em cada um de nós.

Se todos temos um Tempo diferente,

e temos dele uma noção desigual.

Se na espera o tempo se prolonga

e nos bons momentos é lesto.

Se a vida é intensa o Tempo é curto.

Afinal o que é o Tempo,

Senão o parecer dos nossos sentidos.

O Tempo é uma estrada, onde a

Velocidade é variável.

É o princípio e o fim,

Onde o presente e o passado

Se confundem com o futuro.

Contudo o Tempo existe,

Tem uma dimensão uniforme e variável,

Tal qual a Identidade de cada Homem.


ARFER

quinta-feira, 15 de julho de 2010

ACREDITA EM TI !!!


INTERROGAÇÕES


Tens a certeza que sabes onde estás ?
Tens a certeza plena da tua condição ?
Sentes até onde podem ir os teus horizontes ?
Sabes quantas paredes imaginárias te toldam a visão ?
Imaginas os “cantos de sereia” que te inundam o espírito ?
Pensas, ao menos um minuto, nas mentiras que te segredam ?
Tens a certeza de que o teu caminho é o que te anunciam como sendo único?
Consegues sossegar o presente, esquecendo todo um passado recente ?

Caramba, consegues realmente muito ! Infelizmente !

Dá-te um cravo vermelho e pensa.
Conserva-o no teu punho cerrado e sonha.
Observa os outros cravos à tua volta e pertence-te.
Se o presente não é teu, que o tens hipotecado,
é tempo de pensares no futuro. E construí-lo.
Acredita que ninguém o fará por ti !
Nem estas pobres palavras te querem mostrar caminhos.
Acredita em ti. Mas pensa que sózinho não vais a lado nenhum.
Nem te mudarás a ti. Adaptar-te-às simplesmente.
Quando, de dentro de ti, vier esse desejo de mudança,
acredita que conseguirás ver, à tua volta,
muita outra gente boa, que também quer mudar.
E que está disposta a dar até a vida por isso, e por ti.

FERNANDO TAVARES MARQUES

A JOSÉ SARAMAGO - HOMEM DO POVO


       




















POEMA DE UM AMIGO - COMPANHEIRO DE MUITAS LUTAS.

AO JOSÉ SARAMAGO

Que pena !
Disseram aqueles
que imolaram a mãe de Blimunda.
É a memória do Memorial
que tu trouxeste ao futuro.

Que injustiça !
Escreveram aqueles que ao longo da história
se arrogaram o direito de julgar
e escreveram torto, por linhas direitas,
o medo terrível da inteligência humana.

Ai a tola, João Paulo
esta “fatwa”, este anátema
esta inspiração moderna
sobre um Salman Saramago.

Se eles soubessem, José,
onde nasce a inspiração!
Se eles soubessem, José,
do outro lado da Vida,
maior era o horizonte;
tinham aprendido a ler
Muito para além das palavras
E então, sim, aleluia!
quase te sacrificavam.

Humildemente te saúdo o génio,
Jubilosamente te saúdo o prémio.

Tristemente te digo:
- Que pena saberem tão pouco do espírito.

FERNANDO TAVARES MARQUES